Por Miréia Carvalho, SEEB
Parece que sim.
Quando estamos sofrendo buscamos pessoas, lugares, religiões para nos amparar – temos muito medo. O espiritismo por ser esclarecedor e consolador, é um lugar ótimo, até que nos deparamos com o trabalho, a mudança e as responsabilidades.
Quando voltamos à normalidade, dos momentos sem dores, esquecemos pessoas, lugares e a religião que nos fez tão bem. O discurso proferido é o de que nós somos responsáveis por nós mesmos e ninguém poderá nos fazer feliz. Que dilema...
O tempo todo estamos driblando a nós mesmos. Quer tal reconhecermos que a razão de nossas vidas somos nós mesmos, e que não poderemos viver sozinhos e sem uma religiosidade?
Leon Dénis nos fala que "Deus em sua infinita misericórdia corrige o transgressor de suas Leis através dos sofrimentos necessários e ao mesmo tempo permite a renovação, dando oportunidade de realizar o bem, às vezes sem o saber, resultando em benefícios para si próprios e para a sociedade. Então o sofrimento é real. Não podemos fugir dele, faz parte da Lei do Progresso". Você concorda?
O problema é que somos imediatistas e queremos resultados rápidos, felicidade rápida, saúde perfeita e eterna sem esforços, sem nos vermos, sem nos responsabilizarmos, sem interagirmos com pessoas, sejam fáceis ou difíceis.
Uma forma de fugir da responsabilidade do trabalho é buscar se comparar com o problema dos outros e pensar: "Ah, não é só eu, o outro também tem problemas..." Filhos problemáticos, doença em família, problema de dinheiro, casamentos infelizes e aí... estaciona. Abandona o trabalho espírita, em busca de ilusões.
Hoje somos Espíritos intelectuais, mas com grande dificuldade de construirmos padrões morais em nossas vidas pelos hábitos e vícios de vidas pregressas. Daí o problema da não felicidade. Porque o conceito de não felicidade está subordinado a satisfação de nossos desejos como nos fala Simonetti: "A felicidade não está subordinada à satisfação dos nossos desejos diante da vida e, sim, ao desejo de entender o que a vida espera de nós." Tudo na vida é resultado de exercício, de mudança na forma de pensar e agir.
Portanto, podemos ser felizes, porém a felicidade e a harmonia que buscamos, seja com a natureza, com os animais, com a família, ou na religião abraçada, consiste em fazer os outros felizes – ALTRUÍSMO –, e não em querer que os outros nos façam felizes – EGOÍSMO. Além de negligenciarmos a máxima do comportamento crístico: "Só faça aos outros o que gostaríeis que fosse feito a você".
Por isso é tão difícil ser Espírita. Vivenciar está doutrina com amor, humildade e perseverança.
Como dizia Kardec: "Trabalho, Solidariedade e Tolerância".
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