quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um passo adiante


Por Filipe Rios (SEEB)

“O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e lançou no seu campo; o qual grão é na verdade, a menor de todas as sementes, mas depois de crescida é a maior das hortaliças e faz-se árvore, de tal modo que as aves do céu vêm pousar nos seus ramos.”
(Mateus, VIII, 31-32 – Marcos, IV, 30-32 – Lucas, 18-19.)


Nós já temos o nosso grão de mostarda, o nosso “Reino dos Céus”. Já temos uma parte de Deus em nós. São as leis morais. Por mais que lutemos contra, sempre teremos uma voz interna, um instinto, algo que nos impele a agir conforme a bondade e a justiça divinas. Não há como resistir a essa “força” sempre que queremos. Acredito inclusive que muitas vezes é assim que surgem sentimentos de culpa e muitos arrependimentos. A culpa, nesse caso particular, é apenas uma forma humana, ainda desequilibrada, de sentir que não agiu para o bem.
Instintivamente, temos toda a matéria-prima que precisamos. Vejo os espíritos como seres em que essa semente foi plantada. Muitos ainda nem se deram conta disso. O estudo é uma ferramenta importante para esse cultivo. Jesus nos deixou o seu exemplo e uma grande biblioteca de ensinamentos para estudarmos nos Evangelhos. Mas, somente com a fé, acreditando que esta semente existe e já foi plantada em nós e com as mudanças, que o esclarecimento trazido pelo estudo vão nos permitir realizar em nós mesmos, é que estaremos cultivando nossa pequena semente de mostarda.
A auto-análise, regada pelo conhecimento, é sim uma chave para as portas que levam ao crescimento. É o primeiro passo de uma longa caminhada rumo à compreensão e aceitação de si. Com estes obstáculos vencidos, pode-se falar em se conhecer e mudar comportamentos. Daí então é que começamos a perceber centelhas do “Reino dos Céus” em nossa volta. Quando mudamos de posição, mudamos o que está à nossa volta e essas mudanças são contagiosas.
E não falo aqui somente de conhecimentos científicos e filosóficos. Não que sejam desnecessários, muito pelo contrário. Mas enfatizo uma forma de conhecimento que não tem como ser adquirido ao ler nos livros nem é possível explicar em palavras. Um conhecimento que só dá pra sentir. A cada passo na direção dele, é possível sentir que foi dado um passo na direção correta. É reconhecer-se humano, cheio de sentimentos e confusões, e colocar-se numa eterna posição de aprendiz, compreendendo que a semente, por menor que seja, possui tudo o que é necessário para gerar uma planta completa e que cabe a nós fornecer a terra com os nutrientes e proteger do mau tempo e dos maus tratos.

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