quinta-feira, 24 de março de 2011

Um Chico Xavier arrebatador: de volta ao cinema na pele do famoso médium, Nelson Xavier conta ter sentido a presença do espírita


Sara Paixão (Extra.globo.com)

Todos os dias quando acorda, Nelson Xavier invoca Chico Xavier. A prática foi adquirida desde que ele interpretou o famoso médium na cinebiografia que leva seu nome e é mantida às vésperas da estreia de “As mães de Chico Xavier”, marcada para 1° de abril.
— Eu o agradeço por tudo o que estou vivendo. Não quero afastá-lo de mim.
No longa, dirigido por Glauber Filho e Halder Gomes, Nelson volta a interpretar o líder espiritual. Desta vez, o foco é a redenção que as cartas psicografadas por ele provocava naqueles que perderam entes queridos, principalmente filhos.
— Estou, de novo, vivendo Chico Xavier, profundamente emocionado. A emoção me acompanha desde que estive em Uberaba (MG), na casa dele. Ao visitar seus parentes, foi uma torrente de choro e energia. Só posso crer que ele estava comigo.
A mesma impressão é sentida por quem tem fé no espiritismo e se aproxima de Nelson.
— Quase todos os dias alguém se comove e chora na minha frente. São espíritas que sentem essa energia que me arrebata.
Tamanha comoção era impensável para o homem de esquerda que passou a maior parte da vida sem acreditar em Deus.
— Não posso dizer que sou ateu depois do Chico. Mesmo sem seguir religião, esse personagem me tornou mais responsável. Não quero que o amor fique no discurso. Todos falam de amor, poucos o praticam.
O primeiro contato que Nelson teve com espiritualidade foi forçado por um câncer de próstata, que o acometeu em 2004.
— Recorri às forças espirituais para alcançar a cura. No Lar de Frei Luiz (instituição espírita em Jacarepaguá) fui tocado pela caridade que praticam. E a caridade é um sentimento desprezado por socialistas. Hoje é meu dever testemunhar isso.

Ator faz rir na peça ‘A lição e a cantora careca’
O público também pode ver Nelson Xavier em ação na peça “A lição e a cantora careca”, com direção de Camilla Amado, em cartaz no teatro Maison de France, no Centro.
— É o primeiro papel que faço depois do Chico. Trata-se de texto não realista, as pessoas riem muito. É uma obra-prima que exige muito de mim. Na estreia, na última semana, ouvimos vários aplausos durante a sessão — comemora o ator.
O texto do escritor romeno Eugène Ionesco ridiculariza situações banais, além de retratar a solidão do ser humano e a insignificância de sua existência.
— É um presente que recebi da Camilla Amado. Foi com esse espetáculo que ela fez sua estreia no teatro e é preciso ter muita coragem para montar um texto clássico como esse.
A peça é encenada de quinta-feira a domingo, sempre às 20h, e tem ingressos entre R$ 60 e R$ 80.

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